quinta-feira, 13 de maio de 2010

SHOW INSTRUMENTAL

VIOLA DE GRAVATA
Concertista Marcus Biancardini mostra, novamente, sua virtuose com a viola caipira
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MERCADO – Marcus Biancardini já se apresentou em vários lugares e ainda fica espantado com o espaço que a viola tem no país. Encanta-se com os adolescentes, que hoje em dia, gostam de tocar guitarra e bateria, mas que, quando vêem a viola caipira, querem logo aprender a tocar o instrumento. Para ele, o que precisa haver mais é divulgação para as pessoas passarem a gostar. Cita como exemplo o pequi, que é um fruto do cerrado e que muita gente rejeita sem ao menos ter experimentado (mas que quando provam acabam se apaixonando). O mesmo pode acontecer com o instrumento musical.

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NO ROL – Marcus Biancardini está no rol dos melhores violeiros do Brasil, fato que o deixa muito satisfeito. Ele vê uma marca como essa na forma de um sinal de que existem pessoas gostando e adquirindo seu trabalho. Também acha que existem grandes músicos no país e que ele é apenas mais um apaixonado na viola. Acrescenta: cada um com seu estilo e sua arte. Cita como exemplos desse rol artistas do porte de Tião Carreiro (na viola caipira), João Mulato, Zé Mulato & Cassiano, Almir Sater (artista que admira), Roberto Correia (de Brasília), dentre outros. Tião Carreiro, inclusive, foi o primeiro violeiro a ousar gravar um LP com a maioria das músicas em instrumental de viola. Biancardini acha que todo violeiro deve passar por Tião Carreiro e seu pagode, caso contrário, não é violeiro. É da opinião de que, por mais que se estude e toque a música clássica, tem que bater uma catira e tocar um pagode.

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TRABALHOS – Marcus Biancardini têm três trabalhos lançados em CD/DVD: “Viola da Gravata” volumes I e II e "Viola de Natal". Neles, procurou tocar de tudo e não apenas a música caipira. Neles, também, mostrou a música erudita que seu ídolo Renato Andrade já fazia desde 1977. Demonstra, com excepcional técnica, o potencial de seu instrumento musical tocando músicas variadas. A europeia flamenca foi incluida. Recentemente, no final de 2009, lançou seu terceiro trabalho: “Viola de Natal” contendo instrumentais natalinos. Biancardini lembrou que as cantatas natalinas sempre tiveram versões em outros instrumentos, como harpa, violino e orquestra sinfônica. Só faltava ter também na viola caipira. Há faixas que inclui também a Folia de Reis que é o natal no sertão.

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RENATO ANDRADE - Marcus Biancardini é o legítimo sucessor do grande violeiro Renato Andrade, considerado o primeiro concertista de viola e o primeiro brasileiro a divulgar a arte dessas cordas musicais pelo mundo. Diz que possui com ele uma identificação muito bonita e Renato era seu ídolo. O curioso era que o ídolo gostava de ver o fã tocar. Biancardini herdou a viola de Renato Andrade através de seus filhos. O goiano é muito orgulhoso por andar e se apresentar com a viola que outrora pertenceu a "seu mestre" pelo mundo afora.

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O ARTISTA – Marcus Biancardini, como artista, não veio da cultura violeira. Ele é sim um artista que extrapola suas habilidades musicais. Entretanto, diz que tem um pouquinho de cada coisa porque também tem “um pé na roça”! Sua família sempre gostou muito de fazenda. Marcus conheceu a viola no campo, aos 17 anos, vendo os violeiros tocarem. Gostou muito e disse pra si mesmo que iria aprender também. Seguiu em frente e passou a tocar na fazenda, ao mesmo tempo, em sua casa e depois na cidade (em Goiânia). Desde então veio se desenvolvendo e já viajou a mundo tocando viola. Pra ele, o lugar bom de tocar, de fato, é lá, no meio rural. Outro detalhe: Biancardini não segue a cultura das fitinhas coloridas amarradas no braço da viola. Segundo ele, que abomina a fitinha preta, seu pacto é com a boa música e com algo que Deus lhe deu de melhor: o dom.

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A CIDADE - Marcus Biancardini já se apresentou várias vezes em Jataí. Com isso, passou a ter carinho especial com a cidade e considera o povo acolhedor e apreciador da viola. Coloca o município em primeiro lugar em termos de simpatia. Se sente em casa quando está tocando. Têm amigos que tocam o instrumento em Jataí, como o mecânico e fanho Gilnon.
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O SHOW - Marcus Biancardini mostrou de tudo um pouco na viola. Sua temática evoluiu do “sertão ao estrangeiro”. A pretensão foi agradar a todas as pessoas do público presente. Tocou “Menino da Porteira” (para o capiau), Beethoven e Mozart (para o intelectual) e, segundo ele, mostrou todo o potencial de seu instrumento musical tocando “a música boa e a ruim”.
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A PROMOÇÃO – Marcus Biancardini, violeiro, é natural de Goiânia. Seu show, desta vez, ocorreu no dia 12 de maio de 2010, às 21 h, no salão do Centro de Tradições Gaúchas-CTG. O espetáculo foi o “Viola de Gravata – Noite de Caldos”, com promoção da TV Jataí, em comemoração ao aniversário do programa Jataí Rural e com lucro revertido ao Núcleo de Combate ao Câncer da cidade. Ele se apresentou acompanhado do também violeiro Fabiano.
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