Quinta-feira, 20/03/2014
Depois que uma universitária morreu de acidente quando voltava do câmpus Jatobá eles resolveram abrir a boca. Por iniciativa dos próprios professores do curso, os estudantes estão se mobilizando e a intenção é paralisar as aulas por causa do retorno em nível de 2 km da pista da BR-364. Eles querem a elaboração de um retorno mais rápido e seguro, como uma Avenida Marginal (estrada paralela à pista de acesso ao câmpus apenas para a comunidade acadêmica) ou outra solução. A situação, para eles, é injusta e, para economizar tempo, alguns se arriscam a fazer uma conversão na contramão e atalhar por um retorno em nível da rodovia que fica bem próximo a saída do câmpus.
Depois que uma universitária morreu de acidente quando voltava do câmpus Jatobá eles resolveram abrir a boca. Por iniciativa dos próprios professores do curso, os estudantes estão se mobilizando e a intenção é paralisar as aulas por causa do retorno em nível de 2 km da pista da BR-364. Eles querem a elaboração de um retorno mais rápido e seguro, como uma Avenida Marginal (estrada paralela à pista de acesso ao câmpus apenas para a comunidade acadêmica) ou outra solução. A situação, para eles, é injusta e, para economizar tempo, alguns se arriscam a fazer uma conversão na contramão e atalhar por um retorno em nível da rodovia que fica bem próximo a saída do câmpus.
19:30 h:
Eles foram chegando ao pátio, procurando seus lugares e confabulando.
19:38 h:
19:38 h:
Teve início a assembleia. A pauta foi colocada: FALTA DE SEGURANÇA.
O momento era de dor e revolta pela morte da colega Josiane Evangelista Pinto (estudante do curso de Direito, agente carcerária estagiária e ativista social), ocorrida na noite do dia 17 de março de 2014, na segunda-feira anterior, quando retornava do câmpus fazendo uma conversão para pegar o retorno em nível mais próximo. Josiane acabou sendo atropelada por uma caminhonete que vinha na mão correta em sentido contrário.
Não há líderes e, segundo o que eles disseram, a assembleia era horizontal.
O debate começou abordando a distância de acesso ao câmpus Jatobá. Estudantes de carro ou moto precisam subir pela rodovia de mão dupla cerca de 2 km e fazer o regresso até o portão de entrada, e isso tanto para se chegar quanto para se ir embora do local. Nesse percurso, que totaliza cerca de 8 km diários só de acesso, os motociclistas têm de passar por situações arriscadas, como trecho com matagal, fraca iluminação e zona de escuridão, além de riscos de acidentes com os veículos em alta velocidade.
FICHA:
Cada participante foi falando e argumentando suas ideias. A discussão era em cima do mesmo tema: o que fazer para dar mais segurança no retorno para casa? Várias sugestões foram apresentadas, debatidas e analisadas.
1) Acesso ao câmpus por meio de uma determinada rua do bairro Estrela Dalva (bairro vizinho), entretanto, a mesma precisaria ser preparada. Essa rua estaria inacabada e existiria duas casas no meio de seu trajeto. Também haveria risco para a segurança pessoal com assaltos.
2) Acesso pela via de entrada anterior do câmpus (antes da inauguração da ampliação do local com a Cidade Universitária).
3) Alguém apresentou uma importante observação: o câmpus Jatobá não tem via de escape em casos de emergência.
4) Também foi debatida a situação dos motociclistas que enfrentam dificuldades de locomoção e risco ao trafegar em meio ao trânsito pesado dos caminhões (carretas bi-trem) e carros em alta velocidade, além da escuridão para quem sai a noite na rodovia.
5) Preocupados com o risco da alta velocidades dos veículos de passeio nas proximidades da entrada, os estudantes também debateram soluções.
Várias outras ideias foram colocadas na roda.
Momento de lamentação - alguns aproveitaram para reclamar da mídia que exibiu reportagens dando um "puxão de orelha" nos estudantes que costumam retornar do câmpus fazendo conversão perigosa para pegar atalho na rodovia. O maior questionamento foi relacionado a uma matéria da televisão exibindo cenas de flagrantes de um motorista e um motociclista, durante o dia, realizando a infração mesmo sabendo que estavam sendo filmados. Uma entrevista com um inspetor da Polícia Rodoviária Federal creditando aos infratores a responsabilidade por acidades na via, inclusive o acidente que causou a morte da estudante Josiane, foi a mais reclamada.
E a roda continuou.
Surgiu a ideia de fazer notas de repúdio.
Radicalização - Para melhorar a segurança e fazer as autoridades responsáveis agirem (DNIT, governo federal e municipal), foi lançada a ideia de radicalizar através de movimentos de protestos. Para isso, seria buscado o apoio de toda a comunidade acadêmica e até de movimentos sociais como o MST e outros.
IDEIAS:
1) Sugestão de bloqueio da entrada do câmpus até da rodovia (BR-364).
2) Cobrar medidas imediatas de segurança na acessibilidades.
3) Também surgiram outras ideias sobre fazer valer o direito de ir e vir, como, por exemplo, fazer um abaixo-assinado.
DIFICULDADES DE ALGUNS ESTUDANTES:
Interpretação das leis de trânsito.
Uma universitária, visivelmente emocionada, chegou a incitar para que eles desrespeitassem as leis, pois, em seu entender, essas seriam criadas para prejudicá-los.
Endosso ao protesto - ventilou-se possibilidades de apoio de alguns pais de universitários ao movimento.
QUEREM MELHORIAS NO TRANSPORTE ATÉ O CÂMPUS:
-Melhorar o acesso para os carros;
-melhorar o acesso para as motos;
-melhor transporte de ônibus coletivo (mais pontualidade).
IDEOLOGIA E LUTA DE CLASSE (TEORIA DA CONSPIRAÇÃO) - Uma estudante ativista e colega de luta da Josiane disse: “Ela (a Josiane) não foi morta porque fez o desvio na contramão e sim porque era uma mulher negra e ativista libertária”.
20:40 h:
A assembleia continuava. O tempo ia passando e a reunião ia se afunilando e precisava chegar a definições.
DEFINIÇÕES:
1) Formar uma comissão de 10 ou 15 pessoas para cobrar, junto às autoridades, soluções de segurança para a comunidade acadêmica.
2) Definir uma data para iniciar o protesto, buscar apoios para engrossar o movimento e realizar bloqueios com barricadas na rodovia (ou apenas do trecho de entrada do câmpus Jatobá).
Ideias colocadas em votação nominal:
1) Elaborar notas de moção e repúdio (à Comissão de Conselho Universitário);
2) Movimentar mais e marcar outra assembleia;
3) Definir o ponto de partida e marco do movimento;
4) Apoiar o movimento grevista dos professores da UFG para conseguir, em retribuição, o apoio dos mesmos ao movimento dos estudantes.
INCUMBÊNCIAS:
Antes da votação surgiu a ideia de uma estudante: criar não uma, mas três comissões para promover o movimento de protesto, sendo, uma para elaborar textos, outra para elaborar materiais (cartazes, faixas, pneus para barricada e outros) e outra para esparramar o material.
21:00 h:
Assembleia chegou a definições.
PRIMEIRA DEFINIÇÃO: BLOQUEAR A PASSAGEM NA VIA E CRIAR COMISSÕES.
Seguiram discutindo como isso poderia ser feito.
21:20 h:
Era preciso definir o que fazer primeiro antes de encerrar a assembleia.
EM VOTAÇÃO NOMINAL
1) Iniciar o ato às 06:30 h da quarta-feira, 20 de março?
2) Iniciar o ato na manhã da sexta-feira, 21 de março?
Por 31 votos a 24 ficou definido iniciar o ato já na manhã da quinta-feira, 20 de março.
21:36 h:
Encerrada a reunião com a anotação dos nomes para as comissões.
FICHA:
Assembleia da primeira turma do curso de Direito da UFG Jataí (câmpus Jatobá)
Data: 19/03/2014, quarta-feira.
Hor.: 19h30min
Local: pátio do câmpus Richuelo
Tema em discussão: Falta de segurança no retorno do câmpus Jatobá
Nenhum comentário:
Postar um comentário