domingo, 5 de dezembro de 2010

ESPETÁCULO DAS RUAS

CAVALGADA NOTURNA TEVE TERMINO ANTES DA NOITE CHEGAR

Momento em que a cavalgada passava da Avenida W-1 para a rodovia BR-158 e seguia com destino a seu término no Parque de Exposição Agropecuária

     No Rio Grande do Sul, aonde surgiu à tradição das Cavalgadas Noturnas, um evento como esse é feito dentro do tradicional costume gaúcho e demonstra disciplina, apelo cultural e manifestação folclórica. Em outras cidades, como no interior de São Paulo e outros estados, a Cavalgada Noturna costuma ser bem organizada e acaba sendo promovida como atrativo turístico, esportivo e opção de lazer. Aqui em Jataí, cidade agropastoril e de intensa programação de cavalgadas, ainda não havia sido feito uma promoção nesse sentido. Algumas pessoas do meio festivo resolveram então se atentar para essa opção e programar esse espetáculo diferenciado. O mesmo, de fato, aconteceu apesar do esforço e da falta de experiência com a iniciativa. Nas ruas, o que as pessoas viam, era um tropel de cavalos, cavaleiros e amazonas seguindo um trajeto de subida tendo a frente uma caminhonete com equipamento de som e alto falante e a trás uma fileira de carros de passeio e pick-ups seguindo sempre no sentido de subida. Não foi algo que mobilizou a cidade de mais de 88 mil pessoas, muito longe disso, mas foi um evento que havia criando certa expectativa.
     O clima ajudou, mas a condução das coisas mostrou-se meio tumultuada e com uma diversidade de fatores, tais como cavaleiros correndo na frente, outros ficando para trás, cavalgadores com latinhas de cerveja e litros de pinga na mão, amazonas bem arrumadas e bem combinadas sobre suas montarias, cavalos e éguas de raça, pangarés, carroças e muitos manifestantes jovens. A 1ª Cavalgada Noturna de Jataí, finalmente aconteceu e foi beneficente e em prol do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). A parada equina mostrou aos populares nas ruas e moradores que saiam às janelas tudo aquilo que já estão acostumados a ver em cavalgadas: mulheres bonitas, vaqueiros vestidos a caráter (alguns nem tanto), peão com pose de corajoso, equipes de rancharia, gente bebendo, cavalos correndo, montarias de bom visual, cavaleiros saindo fora da faixa, carros dividindo espaços nas ruas, trânsito direcionado, estrume de equinos nas avenidas, gritos de tropeiros e muito barulho ao som de moda sertaneja e funk. Isso mesmo, funk (muito “Tiririca Eletrofunk”). Promovida pelo próprio PETI, unidade de Jataí e seus amigos, a 1ª Cavalgada Noturna da cidade teve a pretensão de arrecadar fundos para auxílio à instituição. Entretanto, apesar da idéia ser boa, a realização não conseguiu mostrar a novidade de forma como se pretenderia ver, ou seja, uma procissão de cavalos feita à noite, sob a luz da Lua, nos moldes como é feita nos Estados tradicionais.
     Pela programação, o início da cavalgada seria neste sábado, 4 de dezembro de 2010, às 18 h, com concentração e saída do parque JK (às margens da entrada e saída da cidade pela BR-060) e local de chegada no Parque de Exposição Agropecuária (fora no perímetro urbano às margens da BR-158) . Mas nesse horário, devido ao Horário de Verão, o Sol ainda estava longe de se pôr. Quem pensou em fazer uma programação diferente, como andar a cavalo nas avenidas sob a luz da Lua, na verdade mal andou sob as luzes dos postes de iluminação pública, uma vez que o início do passeio, mesmo sendo após as 19 h (18 h no horário normal), teve curto percurso e média duração encerrando-se por volta das 20h30min (19h30min do horário normal). Quem foi aproveitou. Do evento, participaram cerca de 150 cavaleiros e amazonas e mais outras cerca de 200 pessoas em veículos automotores. Todos na condição de amigos do PETI.

TRAJETO “PELO ATALHO” DA CIDADE

     Quando o carro de som chamou aos cavaleiros e amazonas presentes para se organizarem e se postarem atrás da caminhonete do trio elétrico para que fosse iniciada a primeira Cavalgada Noturna, o burburinho e a agitação tomaram conta da via de contorno do parque JK. A concentração dos participantes se juntou ao trânsito de veículos que havia sido desviado, justamente, naquela direção, devido à interdição da pista da BR-060 por motivos das obras municipais de alagamento e vazão das tubulações sob pontes do córrego Jataí (que passa pelo local). Isso foi suficiente para gerar dificuldades a organização. Tendo a frente os batedores da SMT e uma ambulância do Corpo de Bombeiros logo atrás, os cavalgadores teriam que caminhar, a partir dalí, mais cerca de 8 km até a entrada do Parque de Exposição Agropecuária. Tudo confirmado e todos buscando se posicionar, mas ainda assim a falta de sintonia falou mais alto. Já eram mais de 19 h e alguns ainda estavam chegando dando a volta ao lago para se juntarem ao cortejo. O mesmo nem esperou o aprumo total e já saiu com o som ligado da via de contorno do parque JK e subiu pela Rua Jerônimo Silva (Rua do Sapo) subindo até virar a esquerda na Avenida Dorival de Carvalho (centro da cidade).
     Depois, a cavalgada dobrou a direita seguindo pela Avenida Brasil, quando, mais acima, pegou o prolongamento de duas pistas da via que se transformou em Avenida Joaquim Cândido (setores Santa Maria e Antena). Passou pelo hospital Regional, pela praça São Judas Tadeu e continuou subindo até a frente do quartel do Corpo de Bombeiros (setor Aeroporto) e então virou a esquerda pegando a Avenida Salgado Filho. Continuando, cavaleiros, amazonas, carroças, carros e motos, em zum zum zum na multidão, seguiram em direção a Avenida W-1 (setores Bela Vista I e II), contornando na Avenida W-1 passado pelo clube da AABB. Inclusive, ao chegar à altura do clube, a cavalgada parou e o carro de som, juntamente com os fiscais de trânsito da SMT, solicitou mais organização e atenção dos participantes. Havia ficando um intervalo grande entre alguns cavaleiros e isso estava fazendo com que alguns saíssem na frente e outros ficassem para trás.
     Reorganizada a bagunça, o cortejo seguiu a passou pelo centro de Cultura de Eventos Dom Benedito Domingos Cóscia e pelo estádio Arapucão. Isso às 20h10min. A partir desse ponto, a rua deixou de ser Avenida W-1 a passou a ser BR-158. Mais adiante, a cavalgada também passou pela portaria do próprio núcleo do PETI (bairro Epaminondas) e segui na rodovia. Três quilômetros depois, o cortejo, enfim, chegou à porta do parque de exposição quando ainda era começo da noite (uma hora e meia de cavalgada no total). Concluídos os trabalhos do passeio, restou aos participantes apresentarem seus ingressos (vendidos antecipados a 15 reais) para poderem entrar e saborearem um apetitoso jantar organizado pela equipe de servidores do PETI e, logo depois, a partir das 23 h, assistirem a um show de música sertaneja com a dupla Rafael & Rondinelli. Para alguns cavaleiros e amazonas, o jeito foi, novamente pegar a estrada no sentido de volta, já que tinham que devolver suas montarias.





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