“Jataí, a cidade dos empregos e da industrialização”
“Administração municipal: investindo forte no bem-estar do povo”
A imprensa não vem fazendo sintonia com a população de Jataí. A maioria dos veículos de comunicação, demonstrando estarem compromissados com contratos de publicidade e espaços para divulgação do poder público em trocas de verbas, tem se deixado ocupar com os anúncios das ações da atual administração da cidade. Isso a nível de prefeitura, claro. As emissoras rádios, a TV, quase todos os jornais, as revistas e pelo menos um site da internet trazem, em seus conteúdos, fartos recheios de noticias falando bem e divulgando varias ações do Executivo municipal. Aqui vale o trabalho de assessoria de comunicação da Prefeitura em um procedimento que e repetido por, praticamente, todas as prefeituras desde que a imprensa passou a depender e buscar recursos dos cofres públicos. Esses espaços, tanto em forma de entrevistas, informes especiais ou mesmo matérias pagas, traduz-se na fase conclusiva das pretensões do prefeito Fernando Henrique Peres, o FHP (PR) em continuar como chefe do poder executivo ate 2012. Com a retórica de “Jataí, o maior canteiro de obras de Goiás”, o mandatário tem feito seu alvoroço eleitoral para tentar cooptar o apoio de lideranças políticas e, ao mesmo tempo, plantar uma imagem de esforçado e competente na mente do eleitor que vai a urna eletrônica em outubro de 2008. Assim, ele conseguiria superar o quadro negativo que ele mesmo deixou florescer e criar raízes na concepção popular. É um verdadeiro bombardeio aos ouvidos e aos olhos do jataiense, com anúncios pró-gestão FHP. Na cidade, qualquer entrevista com membros ligados a atual administração, tem, por obrigação, dizer o nome (chancela) do “prefeito Fernando”. É apoio pra cá... Graças ao apoio pra lá...e aí vai. Alguém poderia questionar: tá, mas o que tem de errado ou condenável nisso? Os veículos só estariam aproveitando para ganhar algum dinheiro com a ambição natural do governante. Mas é justamente aí que mora o perigo, pois, o mesmo espaço que é combinado para se fazer as divulgações falando bem da administração não e usado pelos mesmos veículos para mostrar o outro lado da moeda, ou seja, as deficiências que os políticos tem em gerir o dinheiro público com justiça social. Isso porque, notadamente, a gestão FHP sempre buscou trabalhar de uma forma que viesse a favorecer mais aos interesses do próprio FHP. Se estar falando, agora, em industrialização, empregos e bem-estar e porque isso lhe favorece politicamente.
AS RECENTES MATÉRIAS POLÍTICAS DA IMPRENSA
Quem liga o rádio em Jataí nos horários jornalísticos pode conferir que há certa tendência na transmissão das notícias. Os apresentadores chegam a ler matérias e notas de jornais impressos quando estes mesmos trazem textos polêmicos e revelações bombásticas contra, principalmente, os partidos de oposição à atual administração. E são vários os veículos que estão nesse embalo, desde as rádios até a internet. E isso sendo imprensa local, regional ou estadual. O jornal Tribuna do Planalto falou do atual momento político de Jataí. O jornal Opção (Goiânia) trouxe notas dizendo que o ex-prefeito Humberto Machado (PMDB), favorito na corrida eleitoral da cidade, não vai conseguir concorrer em 2008 porque tem problemas no Tribunal de Contas dos Municípios-TCM e estaria descapitalizado (como se fosse difícil para os políticos conseguirem levantar recursos). Os jornais goianienses, O Popular e Diário da Manhã (os maiores do estado de Goiás), também deram seus pitacos na disputa em Jataí. A coluna local Resumindo (Itamar Cordeiro, assessor de FHP) e o próprio jornal Folha do Sudoeste, dos irmãos sócios, José Renato Assis (assessor do governo estadual) e FHP, também estão gastando muita munição em favor da atual administração pública (nesse caso, matérias em beneficio de si próprio publicadas no próprio jornal). Desses, o Folha do Sudoeste é um caso específico, pois, além de ser um órgão pertencente ao prefeito e a um dos assessores do governador, tem uma interessante estória recente: nele, desde as eleições municipais de 2004, está vetado a publicação de charges e caricaturas (humor) e foi, contrariando a lógica, enfraquecido em sua estrutura administrativa com a dispensa de funcionários e a retração da periodicidade (antes de “Fernando da Folha” ganhar, estava sendo semanário, depois, passou a ser mensal e agora quinzenal). O falatório é esse. No caso da imprensa local e regional que estão falando em favor da atual administração publica, deve se levar em conta a influência financeira e os contatos jornalísticos do prefeito FHP e seus articulistas. Já as de Goiania e até uma de Brasília que divulgam matérias e notas claramente em favor do PR em Jataí, deve se acreditar nas articulações do irmão do prefeito, José Renato Assis, que é um emérito plantador de textos na imprensa escrita (há muito tempo, algumas cartas na seção Carta do Leitor de seu jornal saem com textos tendenciosos escritos por ele mas com assinaturas de outros nomes).
APOIO DE POLITOS SIM. DO POVO NÃO
Questionamento: “Vai votar no prefeito Fernando este ano?”
Resposta: “Não”
Na contramão da política festiva e eleitoral do prefeito FHP (PR) está o opinião popular. Enquanto a mídia, de um modo em geral, vem tentando vender uma imagem positiva e sarada da administração pública da cidade (“Jataí, o maior canteiro de obras de Goiás e um dos maiores do Brasil”, com diz o chefe do Executivo), o povo, em sua grande maioria, ainda não engoliu isso e nem compartilha dessa mesma opinião. Para alguns outros lideres políticos, a gestão que FHP vem desenvolvendo é boa e satisfaz a comunidade jataiense, tanto que, ao serem sondados e buscados, manifestaram seus apoios a reeleição do prefeito. Um dos exemplos é o deputado federal da vizinha cidade de Mineiros, Leonardo Vilela (PSDB), presidente regional de seu partido, que declarou, via imprensa e em conversações políticas, sua pretensão nesse sentido. Só que, no caso de seu partido decidir por lançar candidatura própria a prefeito em Jataí, sua posição deverá ser mudada ou ele poderá ficar em situação embaraçosa. O ex-governador e senador até 2014, Marconi Perillo (PSDB), considerado por muitos, como a maior liderança política de Goiás na atualidade (mesmo arranhado pelas recentes denúncias de corrupção e fraude nas eleições 2006), deverá também estar ao lado do prefeito FHP se seu partido não lançar candidato próprio para concorrer com ele este ano. O governador Alcides Rodrigues Filho, o Cidinho (PP), que tem em sua equipe o jataiense Francisco Gedda (presidente da Metrobus de Goiânia) e o irmão de FHP, o jornalista José Renato Assis (secretário extraordinário) é outro que também estará apoiando a reeleição de FHP se seu partido não resolver lançar um nome para que concorra com ele. Cidinho, junto com Marconi Perillo, está respondendo por acusações de corrupção e fraude nas ultimas eleições. O deputado federal Sandro Mabel, presidente estadual do PR, acredita que FHP ainda vai virar nas pesquisas e vencer as eleições 2008 em Jataí. Grande parte, talvez a maioria, dos partidos políticos com diretórios ou com diretorias executivas na cidade também tendem a fechar apoios com o atual prefeito. Quem estará certo: os políticos ou o povo? Com toda essa possível adesão a seu nome, FHP poderá vir a ser o rosto de candidato a prefeito mais visto nos santinhos durante esta próxima campanha eleitoral. Só não deverá ser bem visto pela grande parcela do eleitorado, ou seja, seu verdadeiro patrão. As inúmeras reclamações contra a gestão FHP continuam altas mesmo com todo o “barulho” que ele vem fazendo na mídia. São reclamações que pipocam sempre nos espaços livres da imprensa mas que também são sempre amenizadas pelas editorias dos próprios veículos. Quem fizer um levantamento sério na cidade vai ver que, mesmo com os anúncios de instalações de usinas como a Cosan, Sinimbu, Cabreira e mais investimentos por parte da indústria Perdigão, continua forte a imagem negativa de FHP perante o povo de um modo em geral. E motivos para isso o prefeito dá.
UM PMDB LOCAL ESFALECIDO
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB foi o mais atuante de Jataí há décadas. Acostumado ao poder durante quase 30 anos, o partido esta vivendo, agora, o lado da oposição. O PMDB local vem assistido, calado, ao “alvoroço 2008” de mídia do prefeito FHP e deixando a população sem uma voz firme contra esse espécie de “política de dar nó” praticada pela atual gestão pública. Enquanto FHP fala e fala...O PMDB está quase mudo. O massacre de mídia do prefeito tem sido total. O placar e 10 a 1. A ação mais contundente do PMDB foi quando uniu-se com o PSDB em 2007 para tentar provocar um inédito impeachement no poder Executivo. Sem sucesso. Em uma das primeiras reuniões do partido visando o ano eleitoral (em 2007), no plenario da Câmara Municipal, um dos assuntos abordados (pelo vereador Gênio Euripedes) foi uma dívida do partido ainda referente as últimas eleições. Seria, então, a falta de caixa e escassez de recursos o motivo do mudismo do PMDB local? Hoje o PMDB esta calado. Não se escuta a eloqüência de integrantes como Gildo Freitas, José Carlos “Zé da Horta”, a paixão de Sultan e as bênçãos de Maguito Vilela. Hoje o PMDB não está no poder e por isso não tem secretários como Pierre Sobrinho Lopes, Mariza Magalhães, Neio Lucio Zaiden Carvalho, Adenones, Amilton Quirino, Valter Pedro e tantos outros. A voz mais ouvida no PMDB local tem sido a do deputado federal Leandro Vilela, presidente do diretório. Tudo isso reflete na ainda tímida pré-campanha de Humberto Machado, vice-presidente do diretório, que tem como norte apenas seu próprio trabalho já realizado pela cidade e como maior aliado o diretório do partido Democratas (ex-PFL). O PMDB, nas palavras de Humberto Machado é um partido grande e que em Jataí tem 1.100 filiados, além da executiva. Humberto, aparentemente, está sem o apoio dos caciques políticos, mas, com certeza, está com o apoio que realmente interessa: o do eleitor.