CIDADE TEVE NÚMERO ELEVADO DE ROUBO DE VEÍCULOS
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(Reportagem: Sérgio Torres)
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Estatísticas mostram números alarmantes de roubos de veículos em Jataí nos últimos cinco meses
Os números de roubos e furtos de veículos na região de Jataí passaram de calmaria para alarmantes. Apenas do dia 15 de novembro de 2011 ao dia 23 de abril de 2012, período de 163 dias (cinco meses e meio), o total de 86 crimes dessa natureza foram registrados em Boletins de Ocorrência. Os números são da 14ª Delegacia Regional de Polícia Civil e mostram que apenas na cidade de Jataí 73 extrações de automotores viraram causas de BOs e instaurações de inquéritos. Roubos (veículos tomados de assalto com uso de armas) foram 17 e furtos (veículos surrupiados na ausência do dono) foram 56. Isso incluindo tanto carros quanto motos. Para a pacata "Cidade-Abelha" é um recorde. Destacando apenas os carros, que são os bens móveis mais preciosos e mais caros, os registros da imprensa policial mostram que 20 foram levados nesse período (imprensa policial porque os dados estatísticos da delegacia não tem a distinção entre carros e motos). Devido às dificuldades, apenas parte desse montante foi recuperada. Discorrendo apenas sobre os registros dos 20 carros roubos e furtados nesse período de 163 dias, significa dizer que a cada 8,15 dias (quase toda semana) um carro deixou as mãos de seus donos legítimos e passou para as mãos maculosas de ladrões e assaltantes. Para quem mora em capitais ou metrópoles, isso não representa muita coisa, entretanto para quem mora em uma cidade com 90 mil habitantes (que é o caso de Jataí), isso significa uma grande preocupação. As investigações dos roubos e furtos de veículos em Jataí estão a cargo dos delegados da 2ª DP, Marcos Guerini e Paula Daniela Ruza que se empenharam e conseguiram desarticular uma quadrilha e prender 11 de seus elementos.
IMPRENSA POLICIAL NOTICIOU 20 CARROS LEVADOS
Desde o dia 15 de novembro de 2011 (data em que o primeiro carro foi levado no período considerado como sendo após a inauguração de um importante Shopping Center que mudou o ritmo do comércio da cidade trazendo mais circulação de produtos e riqueza) quem ligou o rádio ou a TV para sintonizar o noticiário policial ou mesmo acessou sites da internet viu com tristeza o aumento exponencial de casos de roubos e furtos de automóveis. O que era comum em grandes centros agora também havia chegando através das manchetes. E não só em Jataí, mas em cidades vizinhas e outras do mesmo porte. As reportagens trouxeram vítimas revoltadas, desoladas, angustiadas e até desesperadas. Uma violência descabida. Pessoas trabalhadoras e contribuintes viram-se, de um instante para outro, alijadas de seu precioso bem: o carro. Nas contas de alguns, um prejuízo de milhares de reais e anos de trabalho indo, literalmente, pelo “ladrão”. Um tormento que só quem teve seguro - em dias - pôde se safar.
A primeira dessas notícias foi de um furto no estacionamento do próprio Shopping Center. O mesmo aconteceu na tarde do feriado de 15 de novembro de 2011 e a vítima foi a senhora Souad Muhd Salamah Qaqallah, de descendência árabe, que teve sua caminhonete Mitsubishi L200 vermelha (recém reformada) subtraída enquanto frequentava o lugar. O carro não foi recuperado e a senhora Souad disse ter tido um prejuízo de R$ 50 mil já que não tinha seguro.
A segunda notícia foi de um assalto ocorrido no dia 1º de dezembro, quinta-feira, por volta das 21h30min. A professora Nilmeire Moraes Barros e seu bebê de apenas nove meses saiam do Shopping Center após sacar dinheiro do caixa eletrônico (como foi descrito apesar do shopping ainda não contar com caixa eletrônico) quando foram surpreendidos por dois elementos em um Celta prata (tendo no volante uma mulher), armados, que entraram em seu carro, um Fiat Pálio Fire cinza e os mantiveram dominados por cerca de uma hora libertando-os na entrada de uma chácara na saída rumo a vizinha cidade de Caiapônia (pela BR-158). O veículo foi levado e não recuperado.
A terceira notícia aconteceu no dia 7 de dezembro quando o vaqueiro da fazenda das Torres, Tiago Luiz Neves Ferreira teve sua caminhonete D10 bege com tarjas marron, ano 84, furtada do estacionamento da entrada de um badalado supermercado próximo ao Campus da UFG enquanto fazia compras com sua esposa e filho de colo. Por sorte, o ladrão foi preso no dia seguinte em uma barreira policial na GO-408 na cidade de Palmeiras de Goiás e a caminhonete recuperada. O ladrão era o foragido Antônio Romão de Queiroz, 50 anos, natural de Pernambuco com oito passagens por delitos. Suspeita-se de que o carro seria levado para a fronteira Brasil-Paraguai.
A quarta notícia ocorreu no dia 12 de dezembro, segunda-feira, quando, próximo ao colégio estadual Frei Domingos, dois elementos, em uma moto preta, armados, deram voz de assalto a Afonso Francisco e levaram sua caminhonete F350 verde. Na manhã do dia seguinte o veículo foi recuperado.
O quinto caso virou notícia na noite do dia 20 de dezembro, terça-feira, quando o Volkswagen Saveiro preto 1.6, ano 2008 (com tarjeta do Detran do Rio de Janeiro), foi tomado em assalto, no bairro Central (próximo a conhecida panificadora Art Pão), por dois elementos armados, de aparência jovem, bem trajados, que fecharam e abordaram sua motorista, Renata Irena, 30 anos, quando a mesma chegava em sua casa vinda do shopping. Enquanto outros dois davam cobertura em outro carro (descrito como sendo um Celta ou um Fiesta, 4 portas, prata), um dos jovens elementos tentava arrastá-la agredindo-a com socos na cabeça e rasgando sua roupa em ato presenciado por sua mãe. O veículo era de seu namorado e não foi recuperado.
A sexta notícia aconteceu na madrugada do dia seguinte, 22 de dezembro, e foi a mais badalada. O empresário do ramo de sistema de segurança residencial, Fábio Gouveia Vilela, foi abordado e rendido por três elementos que saíram de um carro, armados (haviam outros do lado de fora dando apoio), assim que chegou em sua casa no setor residencial das Brisas. Ele descreveu que foi levado junto com sua caminhonete Toyota Hilux para a cidade de Camapuã-MS (próxima à fronteira Brasil-Bolívia) revelando à polícia ter sido amarrado e forçado a ficar de cabeça abaixada o tempo todo (descobriu-se depois que havia ex-funcionário da empresa no assalto). A vítima foi liberada sem o carro e em local desconhecido - a mesma teve de buscar ajuda ligando para sua família e pedindo para alguém ir buscá-la. O veículo não foi recuperado.
A sétima notícia de 2011 registrou-se porque na noite do mesmo dia 22 de dezembro houve outro assalto. Por volta das 22 h, no estacionamento de um supermercado desativado (ABC Supermercado) e na região dos barzinhos com música ao vivo na parte nobre da cidade, as universitárias, Juliana Cristina Pedro e Michele Cássia Pedro, foram surpreendidas e tiveram seu Ford Fiesta branco, ano 2002, levado por dois elementos armados e com cobertura de outros. Obrigadas a passarem para o banco traseiro, as vítimas passaram por pânico ao serem levadas e liberadas na BR-060. Seus celulares também foram levados e o carro ainda não foi recuperado.
EM 2012 NOTÍCIAS COMEÇARAM A CIRCULAR CEDO
A oitava notícia, pós instalação do shopping da cidade (primeira de 2012), aconteceu no dia 3 de janeiro, terça-feira, por volta das 21h30min, quando o motorista, João Batista do Santos (técnico em telecomunicações) e seu passageiro do Fiat Siena branco, ano 2010, chegavam a Jataí pela BR-158 (proximidades do parque de Exposição Agropecuária) e foram interceptados por uma caminhonete de carroceria de madeira, preta (descrita como sendo uma F250 ou F350) e duas motos grandes, Falcon, preta, dando cobertura, em ação cinematográfica. Rapidamente, dois elementos armados deram-lhes voz de assalto e fizeram-nos descerem do carro e saírem correndo. O carro não foi recuperado.
A nona notícia aconteceu no dia 5 de janeiro, quinta-feira, por volta das 23h30min, quando, ao chegar em um bar (ao lado de um posto de combustíveis e de frente ao estádio Arapucão), o vendedor Emerson Lázaro Vilela de Lima teve sua Ford Currier L 1.6, prata, ano 2010, levada por dois elementos que saíram de um Volkswagen Gol, preto (um deles aparentando ter 23 anos, magro e um outro moreno, também magro, armado) que anunciaram o assalto e o colocaram de volta em seu carro e seguiram rumo a BR-060. Corajoso, ele reagiu e entrou em luta corporal com os dois elementos conseguindo derrubar a arma. Na luta a vítima acabou caindo para fora do carro e os elementos fugiram com seu automóvel deixando-o para traz. Além da Currier, Emerson também perdeu R$ 4 mil em dinheiro e cheques que estavam no interior do veículo. O carro não foi recuperado.
A décima notícia foi de um assalto ocorrido na noite da sexta-feira, 6 de janeiro. O eletricista Fabrício Rodrigues Ferreira teve seu Gol 1.0 branco, fechado quando descia pela Rua Jorge Zaiden (próximo a praça Lambari) por dois elementos armados dirigindo um Fiat Pálio claro (suspeito de ser o mesmo carro da professora com o bebê rendida saindo do Shopping Center) tendo uma mulher ao volante. Os bandidos fizeram a vítima abrir a porta do carro e o dominaram seguindo com o mesmo até uma estrada vicinal. A vítima até tentou se jogar para fora do veículo em movimento, mas foi impedida e agredida. Fabrício foi libertado no trevo para Serranópolis (BR-364) e a ação no momento da abordagem ficou registrada por câmeras de circuito de segurança de uma empresa próxima ao local. O carro não foi recuperado.
Ainda nesse mesmo dia 6 de janeiro também foi furtada a caminhonete Ford F4000 azul, da fazenda Boa Vista do Rio Claro. Uma testemunha disse que o furto teria ocorrido por volta das 16 h, quando ela viu a mesma saindo da propriedade. Depois a polícia ainda descobriu que os criminosos também usaram, no furto, um outro carro de menor porte (Volkwagen Gol) que teria capotado nas proximidades com vários objetos da fazenda. Cerca de quatro pessoas estariam envolvidas no roubo. O carro não foi recuperado e essa foi a décima primeira notícia pós shopping.
A décima segunda foi sobre o furto ocorrido no dia 10 de janeiro, terça-feira quando a funcionária pública, Flávia Xavier Soares, teve seu Gol 1000i branco, ano 96, furtado do estacionamento do antigo Forum (que passou a ser a sede da Secretaria Municipal de Saúde) entre às 8 h e às 11 h. A vítima chegou e estacionou e só percebeu o furto quando iria sair para o almoço. Por sorte seu carro foi encontrado, dias depois, abandonado em um bairro da vizinha cidade de Rio Verde.
A décima terceira notícia aconteceu no dia 18 de janeiro, quarta-feira, quando foi furtado um Volkswagen Gol CL 1.8, prata, ano 94, pertencente ao pintor Sérgio Machado, morador do bairro Jardim da Liberdade que, durante a noite, estacionou o veículo em frente a sua residência e, ao amanhecer, não mais o encontrou no local.
A décima quarta notícia foi de uma caminhonete S10 furtada quando estava estacionada em frente ao clube de forró Rei do Gado (Chopana Clube). O motorista disse que estacionou e foi festar, quando voltou seu carro havia sumido. Felizmente, dias depois a polícia conseguiu recuperá-lo.
A décima quinta notícia foi o roubo do carro de um frequentador do clube Balneário Brasnipo (recuperado na mesma noite pela polícia).
A décima sexta notícia foi do assalto ocorrido na noite do dia 27 de março. As vítimas, o casal de namorados, Antônio Carvalho Vilela e a estudante universitária, Vanessa Cândida da Silva, 19 anos, chegavam em casa, no bairro Divino Espírito Santo, por volta das 22h20min, quando foram surpreendidas por três elementos em um carro de cor escura. Um deles estava armado e os dominou. O carro do casal, uma pick up Fiat Strada prata, modelo 2009, foi levada juntamente com a jovem. Momentos depois a estudante foi liberada em uma área pertencente 41º BIMTz (Exército Brasileiro) e o veículo seguiu com os bandidos.
NO MÊS DE ABRIL MAIS CINCO CASOS NOTICIADOS
A décima sétima notícia foi registrada por Sandre Francisco da Silva que teve seu carro Volkswagen Gol vermelho furtado no Setor Samuel Grahan.
A décima oitava foi registrada por Gilson Renê de Carvalho que teve seu Gol prata 1.8, ano 93 (carro conservado e bastante conhecido na cidade), surrupiado quando estava estacionado na Rua José Manoel Vilela, 428 (em frente a Ciretran de Jataí). O dono recebeu informações de terem visto seu automóvel rodando na saída rumo à cidade de Rio Verde.
A décima nona notícia foi registrada pelo funcionário público, Claudio Antônio Furtado de Souza e Melo que chegou para trabalhar no escritório da CELG (concessionária de energia elétrica), às 8 h, e deixou seu Gol Bola, prata, ano 96 (com um amassado no para-choque do lado do motorista), estacionado na porta da empresa. Naquela manhã ele esteve ausente (trabalhando em outros lugares) até às 11h30min e quando votou não mais encontrou seu veículo. Normalmente ele o deixava no estacionamento interno da empresa.
A vigésima notícia mostrou um inacreditável caso de descuido e ingenuidade por parte da vítima. O mestre de obras, José Carlos de Souza Carvalho, confessou, à imprensa, que estava alegremente ingerindo bebida alcoólica em um bar no Setor Aeroporto (Rua Joaquim Caetano esquina com Av. Joaquim Cândido) em companhia de dois amigos da vizinha cidade de Perolândia, mais um outro de Jataí e o próprio dono do bar. No calor da descontração e após ter aberto seu coração aos companheiros, foi abordado por um rapaz, descrito por ele como um desconhecido que passou a conhecer ali naquele local e foi solicitado pelo mesmo para que pudesse lhe emprestar o interior de seu carro, um Fiat Pálio Fire, cinza, que o moço tinha bebido umas e queria apenas dormir. A vítima, sem suspeitar de nada, disse que não soube como e o porquê, mas caiu da ideia do rapaz e lhe entregou às chaves na maior confiança. Quando deu fé, foi surpreendida com o sumiço de seu automóvel e o desaparecimento do rapaz. E como se isso não bastasse, a vítima, ainda demonstrando estar se recuperando de embriaguês, concedeu uma incrível entrevista ao repórter na delegacia revelando que no interior do carro havia uma pasta contendo dinheiro (provenientes de seus negócios na construção civil) no valor de (pasmem!) R$ 100 mil sacados do banco Itaú no dia do furto. A vítima disse que chegou a seguir uma pista do endereço do rapaz em um bairro da parte alta (Conjunto Rio Claro, próximo à construção do IFG), mas que não o encontrou. Revoltado, o mestre de obras desabafou falando que o rapaz é um bandido e que traiu sua confiança e boa fé. A história contada foi considerada meio estranha.
IMAGENS ILUSTRATIVAS (*)
TIPOS DE CARROS LEVADOS E AINDA NÃO RECUPERADOS:
(Jataí, de 15 de novembro de 2011 a 23 de abril de 2012)
Caminhonete Mitsubishi L200, vermelha, placa: NFO 4188-Jataí-GO.
Fiat Pálio Fire, cinza, placa: NKA 1261-Jataí-GO.
Volkswagen Saveiro 1.6, preto, 2008, placa: KZJ 1632-Caiapônia-GO.
Toyota Hilux
Ford Fiesta, branco, 2002, placa: KEU 9687-Jataí-GO.
Fiat Siena, branco, 2010, placa: NPH 2922-Barra do Garças-MT
Ford Currier L1.6, prata (flex), ano 2010, placa: ERJ 1192-São José do Rio Preto-SP.
Volkswagen Gol 1.0, branco, placa: NGB 2511-Jataí-GO.
Ford F4000, azul, placa: NFH 8913-Jataí-GO.
Volkswagen Gol CL 1.8, prata, ano 94, placa: KDI 3706-Jataí-GO.
Pick Up Fiat Strada, prata, modelo 2009, placa: NLP 3290-Jataí-GO.
Volkswagen Gol, vermelho, placa: JYL 4015-Jataí-GO.
Volkswagen Gol 1.8, prata, ano 93, placa: VAX 2518-Jataí-GO.
Volkswagen Gol bola, prata, ano 96, placa: KCK 1232-Jataí-GO.
Fiat Pálio Fire, cinza, placa: HCV 2856-Jataí-GO.
Obs.: Apenas carros, excluindo-se aí, as motos levadas nesse período da estatística.
(*) Tendo em vista o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros e a Lei do Direitos Autorais (LDA), também em Jornalismo, que são rigorosos nesse sentido, deve se exclarecer que as imagens ilustrativas dessa matéria foram pesquisas e baixadas em portal de busca e que as mesmas possuem seus autores de fato e de direito. Como não foi possível contactar com os mesmos, devido a falta de endereço eletrônico, optou-se por utilizá-as de modo apenas a servir de parâmetro e associação de ideia. Em caso de alguma reclamação nesse sentido (uso indevido ou comparação maliciosa), favor encaminhar a mesma ao endereço de e-mail do Blog para que a imagem reclamada possa ser removida. As imagens não tem finalidade comercial, apenas institucional e circunstacial.