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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou contas federais ainda bem negativas em 2017 |
Foi anunciado hoje, dia 7, que as contas do governo federal (gestão Dilma e continuidade no interino) de janeiro a dezembro de 2017 ficarão no vermelho em cerca de R$ 139 bilhões. Os motivos seriam diversos. O governo Temer, se confirmado no cargo com a saída do PT, continuará descascando o imenso abacaxi herdado tendo que operar no “cheque especial” neste ano e no ano que vem. Essa previsão de fechamento de contas, que é a chamada Meta Fiscal, mostra que o Brasil terá de aumentar seu endividamento se quiser respirar. Em 2014, ano eleitoral, o governo Dilma fechou as contas com saldo negativo (o tal déficit primário) em R$ 17,24 bilhões. Já em 2015, com a problemática das tais “Pedaladas Fiscais”, seu saldo negativo aumentou para R$ 114,9 bilhões. Neste ano de 2016, o governo Dilma, antes do impeachment, havia pedido autorização para fechar o caixa com saldo negativo, mais uma vez, em R$ 96,6 bilhões - analistas de mercado previam, com pessimismo, que seria em mais de R$ 100 bilhões. Para 2017, Dilma já havia mandando dizer que o saldo negativo de seu governo seria de R$ 65 bilhões (previsão inicial). Entretanto, com seu afastamento e a ascensão de Michel Temer, a nova equipe econômica do governo interino conseguiu mudar as perspectivas do governo Dilma para este ano elevando a previsão de fechamento de contas no final de dezembro de R$ 96,6 (previsto) para R$ 170,5 bilhões negativos (também previsto). Essa previsão já foi autorizada em votação no Congresso Nacional. Agora, com o anúncio de hoje, o governo interino vai tentar mudar também a previsão de Dilma para dezembro de 2017. Dos R$ 65 bilhões negativos que ela havia anunciado, dessa vez vai para R$ 139 bilhões pelas perspectivas do ministro Henrique Meirelles. Diante disso, fica-se a pergunta: porque está dando toda essa diferença, para mais, neste ano e no ano que vem? Segundo as justificativas da equipe econômica, as previsões da Dilma não iriam bater e ela teria que, certamente, rever suas perspectivas em termos de fechamento de contas para 2016 e 2017. Como a economia nacional estava travado e em recessão quando Dilma foi afastada, essas medidas de aumento de gastos estão sendo tomadas para que o erro não se repita. De boa notícia é que em 2018 o saldo já não esteja negativo e em 2019 o mesmo volte a fechar no azul – o FMI prevê que vai fechar no azul apenas em 2020 se tudo correr bem.