domingo, 4 de dezembro de 2016

DOMINGO COM MANIFESTAÇÕES PRÓ-LAVA JATO

Brasil tem domingo de manifestações pró Operação Lava Jato
Marcello Casal Jr - Agência Brasil / Fotos Públicas (04/12/2016)

Da redação - Os grupos que se mobilizaram em favor do impeachment da Dilma Rousseff voltaram às ruas neste domingo, 4, desta vez, em convocatória nacional pró Operação Lava Jato e em apoio ao projeto "10 Medidas Contra a Corrupção” (PL 4850). Este é mais um protesto após as manifestações do “Fora Temer!” e contra a PEC 55 (anterior PEC 241 dos Gastos Públicos) dentro do atual governo. Os responsáveis pela convocação é o movimento Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre-MBL. O Planalto Central não é o alvo dos protestos, mas sim, os aliados do governo Temer no Congresso Nacional que estão menosprezando o Poder Judiciário e impondo barreiras às apurações do Ministério Público Federal-MPF referente a práticas lesivas aos cofres públicos. 

As manifestações bradaram palavras de ordem, principalmente, contra o deputado federal Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados) e o presidente do Senado, o senador Renan Calheiros (investigado). Um dos senadores apoiadores do governo do PT e relator do polêmico projeto de Abuso de Autoridade contra juízes e procuradores federais, Roberto Requião (PMDB) entrou em conflito com os manifestantes chamando-os de “burros e mentecaptos” nas redes sociais. Os manifestantes estão respondendo que o senador vai ter o retorno. Em todos os estados e mais o Distrito Federal houve registro de protestos neste domingo. Os atos foram convocados, basicamente, via redes sociais.

“Neste domingo estaremos de volta às ruas para protestar contra as formas corruptas de se fazer política que nossos parlamentares insistem em fazer”, é que está escrito na nota justificativa do site Vem Pra Rua. Em São paulo, sede da movimento, o caminhão do protesto começou os trabalhos estacionado na Av. Paulista ao lado do MASP. Cerca de 15 mil pessoas foram registradas na capital paulista. No Rio o movimento de concentrou em Copacabana e teve gritos distintos. 

“Fora Renan!” e “Fora Maia!” foram os gritos dominantes nos protestos pelo Brasil em favor da Operação Laja Jato. Muitos cartazes, faixas e bonecos foram levados para as manifestações. Enquanto a imagem do senador Renan Calheiros foi malhada, a do juiz Sérgio Moro, foi a mais usada como forma de apoio. O Boneco “Super Moro”, por exemplo, foi sucesso de vendas na capital paulista.

Não existe número exato dos manifestantes deste domingo, mas, segundo o MBL, a mobilização por todas as cidades reuniu cerca de 200 mil pessoas. O projeto “10 Medidas Contra a Corrupção” (PL 4850) está apoiado em 2 milhões de assinaturas e agora também conta com este domingo de protestos pelas ruas do país.

POETA FERREIRA GULLAR FALECE NO RIO

Ferreira Gullar - 10/09/1930 a 04/12/2016
Fernando Frasão -Agência Brasil / Fotos Públicas (09/10/2014)

Do Rio - O poeta e “multi autor”, José Ribamar Ferreira, o FERREIRA GULLAR, faleceu por volta das 10 h deste domingo, 4, aos 86 anos, no hospital Copa D'Or em Copacabana na cidade do Rio de Janeiro (RJ) por insuficiência respiratória. Ele estava internado havia 20 dias decorrente de agravamento de um quadro de pneumonia. Sua última frase dita à sua esposa foi "Se me ama, me deixe ir em paz".

Seu corpo será transportado às 17 h deste domingo para a Biblioteca Nacional no Centro do Rio onde, às 9 h desta segunda-feira, 5, sairá para ser velado no prédio da Academia Brasileira de Letras-ABL. Às 15 h, sairá para ser enterrado no mausoléu da ABL, situado no cemitério São João Batista, no bairro do Botafogo.

Ferreira Gullar deixa dois filhos (Luciana e Paulo), oito netos e a esposa Cláudia. Seu último livro foi “Autobiografia Poética e Outros Textos” lançado em 2016 (Editora Autêntica). O poeta e “multi autor” é natural de São Luis (Maranhão) nascido em 10 de setembro de 1930. 

TRAJETÓRIA – Ferreira Gullar surgiu no cenário nacional em 1954 com a obra poética “A Luta Corporal”. Em 1959, foi um dos fundadores do movimento de estilo de poesia chamado Neoconcreto ao escrever um manifesto e, posteriormente, um ensaio. Mais tarde, virou manifestante e entrou para a política como comunista. Passou um período, na década de 1970, como exilado. Por esse seu ativismo, foi um preso político em 1977. Depois, em 1980, foi integrante da imprensa carioca e roteirista de TV (Rede Globo). Em 1985 concluiu a tradução da peça “Cyrano de Bergerac” e ganhou, de forma inédita, um prêmio Molière. Na Globo, escreveu o famoso seriado “Carga Pesada” e foi um dos autores da novela de 1990 chamada “Araponga”. Colaborou em outras novelas da emissora e em jornais da grande mídia, como o Folha de São Paulo. Foi sempre muito ativo e atuante.

VISÃO GERAL – Ferreira Gullar foi um dos maiores autores brasileiros do Século XX. Atuou em diversas etapas da criação literária, por isso pode ser considerado um “multi autor”. Foi, essencialmente, um poeta, mas também dramaturgo, romancista, ativista cultural e até cineasta. Tornou-se um renovador da linguagem poética.

1949 (poeta) autor de 14 obras
1959 (ensaísta) autor de 11 obras
1966 (teatrólogo) autor de cinco peças
1980 (crítico) autor de duas obras de crítica de arte
1980 (roteirista de TV) autor de “Carga Pesada” e colaborador de novelas da Globo
1985 (artista visual) produziu e foi autor de crítica de arte
1985 (tradutor) traduziu a peça “Cyrano de Bergerac” e ganhou o prêmio Molière
1989 (cronista) autor de uma obra
1990 (novelista) Um dos autores da novela Araponga, dentre outras colaborações (remake)
1996 (contista) autor de duas obras
1998 (biógrafo) autor de duas obras
2000 (literato infanto-juvenil) autor de cinco obras
2002 indicado para o Nobel da Literatura
-Ganhou vários prêmios e recebeu diversas menções
-Quando jovem promessa, foi um dos autores da revista “ A Ilha” que lançou o pós-modernismo no Maranhão
-Mudou-se para o Rio de Janeiro e ganhou muito destaque como autor
-Inovou na poesia concreta ao escrever poemas em placas e madeiras
-Como poeta neoconcreto é autor de dois livros
-Foi um imortal da Academia Brasileira de Letras em 2014, como o sétimo ocupante da cadeira 37.

sábado, 3 de dezembro de 2016

12 VÍTIMAS SÃO ENTERRADAS EM CHAPECÓ

Júlio Cavalheiro-Secom / Fotos Públicas (03/12/2016)

De Chapecó - 12 vítimas do desastre aéreo da Chapecoense que tiveram velório coletivo na arena Condá foram enterradas neste sábado, 3, e outras quatro serão enterradas neste domingo, 4, em Chapecó. Ao todo serão 16. 

No cemitério Parque Jardim do Éden (Rodovia SC-480, s/nº, km 6) foram enterradas sete vítimas, sendo seis delas ligadas à Chapecoense e uma da imprensa da cidade. Do clube foram: Márcio Koury (44 anos, médico), Anderson Paixão (37 anos, preparador físico), Ricardo Porto (46 anos, conselheiro), Decio Sebastião Burlet Filho (41 anos, diretor), Nilson Folle Júnior (29 anos, diretor financeiro) e Anderson Donizete, o “Cocada” (37 anos, roupeiro). Da imprensa foi Fernando Schardong, o “Fernando Doesse”, narrador da Rádio Chapecó. 

Já no Cemitério Ecumênico João Paulo I, foram enterradas cinco vítimas ligadas à Chapecoense, que são elas: Gilberto Pace Thomas (29 anos, assessor de imprensa), Sérgio de Jesus (massagista), Emersson Di Domênico (43 anos, supervisor de futebol), Jandir Bordignon (vice-presidente de marketing) e Davi Barrela Dávi (empresário).

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

VÍTIMAS DO VOO TIVERAM PRESSENTIMENTOS

Vítimas do voo da Chapecoense que tiveram pressentimento ruim
Alan Ruschel, Adriano Bittencourt, Neto e Gelson Galiotto, vítimas do voo que pressentiram algo

Da redação – Algumas das vítimas do voo da Chapecoense, pelo menos quatro delas, tiveram pressentimentos ruins antes da viagem. O lateral esquerdo, Alan Ruschel, um dos sobreviventes, teve sumiço em seu passaporte na antevéspera do embarque. Preocupada, sua noiva, Marina Storchi, disse: “É porque não é para você ir nesta viagem”. Mesmo diante do pressentimento da noiva, o jogador foi cumprir com seu dever levando sua carteira de identidade, o que, por si só, já garante o relaxamento de entrada na Colômbia. 

O chefe da segurança do clube, Adriano Bittencourt, morto na tragédia, bem antes de viajar havia feito um surpreendente desabafo à sua esposa Laura Bittencourt confidenciando um momento psicológico desagradável em sua vida. “Estou com um pressentimento ruim de que alguma coisa possa me acontecer. Estou me sentindo cansado e pesado”, disse em lágrimas preocupado com o futuro dos filhos. Inclusive uma das filhas, que ouviu a conversa, falou para ele parar de ficar falando aquelas bobagens. 

O zagueiro Neto, o último dos sobreviventes a ser resgatado, havia contado para sua mãe, Valéria Zampier, e tentado contar à sua esposa, que havia tido um pesadelo horrível na véspera do voo com o avião descendo em queda livre até o chão.

O narrador, Gelson Galiotto, da Rádio Super Condá de Chapecó, o “vozeirão” da cidade, também morto no voo, adorava estar sempre junto ao grupo da Chapecoense e era um apaixonado pelo time. Embarcou no voo de última hora substituindo outro narrador. Entretanto, de forma estranha antes do embarque, deixou mensagens em áudio para sua esposa, Eziquiela Galiotto, relatando sua insatisfação e se dizendo muito preocupado em virtude do tumulto de última hora.

TIVERAM PRESSENTIMENTO E NÃO FORAM – O vice-presidente e agora novo presidente da Chapecoense, Ivan Pizzo, desistiu do embarque dois dias antes (no sábado, 26), por ter tido um pressentimento ruim e não estar se sentindo bem consigo mesmo. Ele havia dito à delegação que não queria mais ir e, mesmo diante das insistências, recusou explicando que depois falaria sobre o motivo.

Edson Florão, repórter da Rádio Oeste Capital FM de Chapecó, emissora que perdeu dois profissionais no voo, estava escalado para seguir o time até Medellín. Entretanto, revelou que ele é meio sensitivo e sentiu algo o avisando para não ir. Ele então inventou uma boa desculpa e ficou em Chapecó.