segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Crise do Ana Isabel
O QUE FEZ HOSPITAL FECHAR AS PORTAS
Fragilidade da administração. Após manifesto de alguns funcionários, a pretensão era operar demissões. Mas diretor toma bronca no ar e resolve mesmo fechar as portas.
Foto tirada às 16hs25 desta segunda-feira, 17 de setembro de 2007
O hospital Ana Isabel de Carvalho, conhecido anteriormente como, hospital Regional de Jataí é uma casa de saúde filantrópica de 57 anos. Dirigido por uma sociedade mantenedora, esta entidade possui uma estrutura dotada de vários leitos para internações, laboratório de análises clínicas, Raio-X, clínica popular, fisioterapia, odontologia, psicologia, fonoaudiologia, centro cirúrgico, sala de partos, dentre outras opções de diagnóstico e tratamento. Também possui corpo clínico capacitado e equipe de funcionários prestativos. Por tudo isso, hoje é carinhosamente apelidado de "Mãe de Jataí". Só que, de alguns anos pra cá, vem mergulhado em uma grande dificuldade financeira. Com sua natureza filantrópica, o Ana Isabel tem mesmo de receber ajudas da comunidade (mas desde que essas ajudas não comprometam as finanças da própria comunidade). O poder público, por sua vez, tem até a obrigação de apoiar a manutenção de entidades filantrópicas como essa. E por conta disso, as entidades de saúde tem por obrigação fazer atendimentos gratuitos (desde que suas despesas sejam todas satisfeitas). Entidades filantrópicas enfrentam dificuldades em todo o Brasil. Os governos federal, estadual e municipal não tem visão de apoiar entidades dessa natureza. Eles estão mais preocupados com suas próprias entidades de saúde: Samu, Centro Médico e etc. Hospitais que tem receitas (faturamento) baseadas no Sistema Único de Saúde (SUS) estão fadados a terem seríssimas dificuldades. O Ana Isabel tem as receitas beseadas nos convênios do SUS (federal) e IPASGO (estadual), além de uma ajuda mensal por parte de Prefeitura de Jataí. Se essas receitas vão mal, o hospital torna-se inviável. Outro fator que pesa contra a entidade é a falta de recolhimento das obrigações trabalhistas, o que gerou dívidas altas. Dentre as soluções para melhorar o caixa (arrecadação) do Ana Isabel de Carvalho, vem sendo trabalhada a péssima idéia de taxar a população com tarifas embutidas nos talões de energia elétrica (projeto Celg), ou seja, sobretaxa para o povo (pagar imposto é chato. Pagar imposto sobretaxado é mais chato ainda além de irregular).
FECHAMENTO - Diante da última e recente crise financeira do Ana Isabel de Carvalho, ou seja, falta de dinheiro para pagar as folhas mensais, uma das funcionárias (falando em nome dos demais) resolveu enviar um manifesto a um programa jornalístico de rádio (Jornal das 7, da rádio Difusora de Jataí). O diretor-presidente do hospital (Carlos Afonso Hermman) deu, então sua resposta no mesmo programa jornalístico e criticou duramente o manifesto, que, em suas palavras, foi escrito toscamente a mão. Depois ameaçou dizendo que uma das soluções, então era demitir funcionários. Mas aí a coisa passou para o lado pessoal quando o diretor-presidente disse, no ar, já ter "puxado as orelhas" do repórter-apresentador do programa (Izalter Francisco) com relação ao espaço dado a reclamação da funcionária. Foi então que o repórter-apresentador, irritado, arrematou coloquialmente ao diretor do hospital: "essa questão do hospital Ana Isabel já se arrasta a muito tempo. Ou se resolve a situação ou então fecha-se logo as portas". Dito e feito. O diretor-presidente, na sequência, fez uma assembléia com os membros da sociedade mantenedora e, na segunda-feira, dia 10 de setembro de 2007, às 17hs, comunicou o fechamento das portas da casa de saúde (ato mais pelo lado político que durou uma semana).

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