quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Depoimento: a versão que Rildo Vergínio contou ao delegado

Repórter Sérgio Torres:
Avisado do depoimento, chego na sala de recepção da 14ª Delegacia Regional de Polícia Civil, já passando das 16:30hs, desta quinta-feira, 22, e encontro Rildo Vergínio aguardando para depor e tomando instruções de seu advogado de defesa, Dr. Humberto Macchione de Paula. Somente os dois. Ao me ver, Rildo me saldou. Aguardei na recepção e disse ao Rildo: “Você é a estrela do momento, por isso quero saber se posso tirar uma foto sua?”. Rildo negou (“sem fotos, a não ser que meu advogado permita”) e argumentou ser o local inapropriado. E depois continuou a argumentar: “Eu nem fui julgado ainda. Vocês tem que procurar é o Ediglan. Ele sim foi julgado e condenado a devolver R$ 162 mil para a câmara, além do excesso de gastos com combustíveis. Eu, na verdade, ainda nem sei porque fui chamado aqui. Depois, se eu for julgado, aí sim”. O advogado Humberto também se manifestou: “Dependendo do que for o assunto, se for inconsistente, pode nem ir a julgamento. Encerra aqui mesmo”. E emendou: “Você tem é que defendê-lo. Vocês são do mesmo segmento (imprensa e desporto)”. Rildo Vergínio, então, fez algumas revelações: “O Ediglan procurou o Peterson Bueno (assessor de Comunicação da prefeitura), na sexta-feira passada, dia 16, e disse a ele que não tinha nada contra mim, que o problema era com o Fernando (prefeito). Estou pagando só por eu ser amigo do Fernando. Ele me fez um monte de acusações e depois vem pedir desculpas”. E Rildo continuou: “Uma vez ele me disse que eu estava atropelando todo mundo com os adesivos do meu nome. Só que quem está pregando esses adesivos por aí são meus amigos. Eu tenho culpa nisso? Só porque eu sairei candidato a vereador...Ele me falou que eu iria pagar caro por isso”. Rildo continuou: “Ele falou que meu programa (de rádio) é fantasma, que eu tenho o programa só para receber de prefeitura e câmara. Ele me patrocinava no meu programa. Lá tem sete pais de família que se sustentam. Se acabar é desemprego”. Antes de ser chamado na sala do delegado, Alessandro Tadeu de Carvalho Lopes, Rildo ainda questionou: “Só por que vou sair candidato a vereador? Por acaso não posso ser candidato?”

PARTES DO EXTENSO DEPOIMENTO
Rildo Vergínio, acompanhado de seu advogado, foi chamado na sala do delegado para seu depoimento. As acusações: ter notas fiscais frias, improbidade administrativa, dentre outras. Só que, na sala do delegado, eu, na condição de imprensa, não tive acesso. Os trechos a seguir foram resultados do pouquinho que eu consegui ouvir estando lá na sala de recepção da 14ª Delegacia Regional de Polícia Civil:


Rildo depondo (trechos):
-começou contando que trabalha na prefeitura de Jataí há 7 anos (desde o mandato de Humberto Machado). No início era chefe de gabinete do vice-prefeito (Fernando Henrique Peres) e depois passou a chefe da Divisão de Patrimônios. Já no mandato do prefeito FHP, Rildo passou a ser chefe da Divisão de Serviços Administrativos.
-Tinha sócio para pegar serviços na TV Jataí (programa Giro no Esporte) em filmagem de casamentos e eventos. Foi aconselhado pela família a deixar o negócio.
-Teve patrocínio na TV Jataí em 2002 (Programa Giro no Esporte) em R$ 800,00 para cobrir o esporte. Para isso, foi exigido que tivesse nota fiscal.
-Em 2003 saiu da TV. Recebeu ajudas depois (do então prefeito Humberto Machado).
-Lançou programa de rádio (Mundial Esportes na então rádio Mundial FM). Tinha que pagar à emissora pelo espaço a quantia de R$ 2.400,00 (com desconto, uma vez que o preço normal era R$ 3.400,00).
-Buscou ajuda do Gean Borges (na época o assessor de Comunicação da prefeitura). Gean teria ligado para o Rio de Janeiro e conseguido uma ajuda de R$ 15 mil.
-COTAS PARA VENDER: no programa havia cotas distribuídas para a equipe (Rildo, Washington, Jânio de Paula, Betinho Publicidades e Débora). Todo mês emitiam nota fiscal, empenhavam na prefeitura, recebiam a fatura e pagavam a emissora. -Quando o Fernando (prefeito) entrou, o custo do programa passou para R$ 3.200,00. O Fernando topou continuar pagando (como o Humberto fazia).
-Cada Funcionário da rádio tem cotas. Cada pagamento à rádio era feito para o Ronaldo. A gente pegava recibo de tudo.
...(interpelações do delegado)
...(Rildo) Era R$ 3.700,00, sendo R$ 3.200,00 mais R$ 500,00 (tinha impostos) via nota fiscal.
-Teve vez que chegou emitir (empenhar) duas notas por mês.
...(interpelações do delegado)
-(Rildo) dava R$ 7.400,00. Chegava a mais (R$ 10.000,00). Tinha que pagar a funcionária Débora de Castro. Mas isso ocorreu só umas 3 ou 4 vezes. Não tinha salário pelo programa.
...Sobre a acusação de emitir 1.000 notas fiscais. Desde 2002 emitiu (empenhou) 70 notas no total.
-A prefeitura tem o sistema de inserções publicitárias. O programa emite e empenha a nota e depois a prefeitura liga avisando que o pagamento saiu.
-COTAS DO PROGRAMA:
-(Rildo) tem cotas com... (e citou o nome de três empresas do comércio local).
-O Genilson também tinha cotas. O Érik Maravilha, por exemplo, tem 5 cotas. Cada membro da equipe vende as suas próprias cotas.
-Tem empresas que não aceitam recibo (citou nome de empresas). Tem que ser na nota fiscal.
BLOCOS:
-mandou confeccionar 8 blocos no total de notas fiscais.
(encerrada a audição do depoimento)

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